Fiquei dez anos sem ir a Guarapari.
Há alguns meses fui. Mas fui por inteiro, com a família (quase) toda.Hoje, sua lembrança me enche de saudade.
A praia do morro tem um morro inteiro cheio de histórias. Histórias sem fim de netos que passavam 2 meses por ano pulando nas costas do avô e seu bonezinho branco, pedindo picolé pra avó, pegando carona no wind surf do avô e cantando a música da barata, acompanhando a avó em suas caminhadas, enquanto ela parava de cinco em cinco minutos para conversar com as comadres. O mar de Guarapari é o maior que existe, só nele cabiam tantas crianças geladas, de lábios roxos e pele enrrugada.
A casa dos meus avós tem o cheiro da infância e das damas da noite.
Tem gosto de pão na chapa, cocada, picolé, milho no sabugo, mexido, pedialite e água do mar.
Tem sons de vento no coqueiro, de criança correndo, da bola de pebolim batento no gol, de teatrinho noturno.
Tem textura de prancha de wind surf, de borracha de boião, de lama na rua, de carta de baralho, gamão e mancala, de pé de goiaba e gramado infinito.
É sinônimo de amor sem fim, de paz e ao mesmo tempo de segurança: tem vista pro mar, e é vista do mar.
É sinônimo de amor sem fim, de paz e ao mesmo tempo de segurança: tem vista pro mar, e é vista do mar.