sexta-feira, 20 de novembro de 2009

C R A S H



Vazio. Isso que senti na terça-feira.

Olhava para aquela máquina cinza, quadradinha, e só conseguia pensar: como pode?
Como pode esse quadradinho carregar tudo o que fiz até hoje no meu mestrado, todos os meus roteiros, filmes, papers e mais papers? Trabalhos sem fim feitos em quase dois anos de muita ralação. E olhava bem pra essa maquininha e não conseguia entender como ela pôde assim, sem nenhuma explicação, parar de me responder.

Dead. Crashed.

Do nada, da noite pro dia. Meus deadlines me sufocando, e nada. Tudo que restavam eram alguns filminhos em baixíssima qualidade no cyberspace. Nem uma linha mais. Des-portifolio.

O vazio queria virar uma raiva que queria virar pânico. Mas a vontade de jogar aquela maquininha pela janela (através do vidro pra fazer bastante barulho e estrago) foi apartada por um abraço de corpo inteiro, e uma sensatez que jamais poderia vir de um ser tão pisciano. Prático e carinhoso. Ufa.

Existe uma luz no fim do túnel, e quase nada é irremediável. Ainda bem que sou toda escancarada e fico mandando tudo que faço pra todo mundo ver. Ainda bem que exite o tal cyber mundo, onde coisas ficam guardadas em HDs imortais (será?).

Agora não sinto nada. Não vai dar tempo pra sentir.
Tenho que fazer, fazer, refazer muitas coisas. Vou viajar em 2 semanas.
Acho que também não vai dar tempo de escrever aqui. Volto logo, quando acabar o furacão.

domingo, 18 de outubro de 2009

A arte de pedir um café




Inspirada pela Renatinha e sua análise da relação dos noruegueses com o cafezinho, resolvi escrever sobre a relação dos americanos com a tal bebida.

Começo, antes que alguém grite daí, dizendo que americano não sabe beber café. Simplesmente porque o café em sí não é o que importa na bebida. E sim o quentinho do copo enorme e lacrado, o costume de carregar seu copo de café prá cima e pra baixo, e lá, por último, alguma cafeína. Sem querer generalizar, mas na maioria dos casos, o café em sí é completamente secundário. Existem milhares de variações e incrementadas bebidas derivadas de café, e é isso que o americano consome. Morro de pena dos turistas (e de mim, no começo), quando tentam pedir um café no Starbucks. É praticamente impossível. Depois de um ano aqui é que fui aprender a pedir o meu favorito "Can I have a Tall Non-fat Latte Double shot less foam, please?". Cansada de esperar na fila e ver as pessoas pedirem um "grande mocha 1/3 less fat no whipped", or a "tall mocha frapuccino extra caramel 1/2 whipped"; chegava minha hora e eu só conseguia dizer "small coffee, please". Só para depois entender que small não é pequeno, pequeno é Tall. Médio é Venti. Grande é Grande (ufa!).

Literalmente é preciso uma visita ao website par entender o que se está pedindo num Starbucks.
O cafezinho mais normal e acessível financeiramente, é o Caffè, um chá-fé literalmente. Ao qual você adiciona cream, half and half, açúcar, canela, caramelo. Pode já vir com leite, formando um Café au lait. Esses custam menos de 2 doláres normalmente, e vem um copão de aguinha com aroma de café. Passei muito tempo tomando este só pra simplificar. "No room for cream, please".

Se você tiver um refinamento linguístico e um pouco mais de dinheiro, pode se aventurar nos Espressos, que são os mais gostosos. Mas se vc quiser um espressinho, daqueles do Brasil, tende logo um "Double shot with 1/3 more water",  e use seu poder de abstração ao beber. Um shot de espresso aqui é como se fosse um bem curtinho, mais curto que o carioca. Cada shot custa uns 2 e pouco. E o pó do café não é nada incrível. Ainda bem que trago meu café do Brasil na mala.

Eu gosto do Latte. Feito com shot de espresso, que eu peço o médio no copo do pequeno, pois daí são dois shots e menos leite, fica mais escurinho, peço pouca espuma, leite non-fat. Parece simples. Mas os funcionários do starbucks são tão eficientes e apressados, que você precisa ter tudo na ponta da língua, senão eles te atropelam completamente.
Logo mais eu conto como é pedir um drink num bar, afe!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

State of Grace






As últimas semanas foram malucas. "Grace" veio daquele jeitinho manso e me tomou por inteiro.

Me considero uma mulher de sorte. De sorte por ser escolhida para dirigir um projeto tão importante. De sorte por estar cercada por artistas tão talentosos, e tão sérios. De sorte por ter amigos tão bons que ajudam em tanto. De sorte por ter minha família e meu marido pra me abraçar e me dar colo. De sorte por conseguir chorar quando preciso.

Foi lindo. Foi forte e intenso, mas muito bonito de participar.

Espero que o filme fique bom, espero que fique incrível. Mesmo.

 Mas só vou sossegar quando ver o primeiro corte.

ps: mais fotos no flickr da Karen (DP)

http://www.flickr.com/photos/karenabad/sets/72157622457535931/

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Outono


São Francisco está lindíssima, uma coisa assim, sem fim.
O céu todo de um azul clarinho, clarinho. Não é tão frio, nem tão quente. Venta pouco.
Um perigo. Dá vontade de viver mais um outono por aqui...
Dá mesmo.
Porém a vida não é boba, e veio correndo me lembrar que não quero mesmo esse negócio de ser estrangeira para sempre.
Bem na hora que o trabalho engrenou, os pay-checks viraram mais frequentes, e um passarinho sapeca sussurrou que as coisas iam melhorar ainda mais.
Bem na mesma semana que me ligaram para um outro projeto legal, e mais outro.
Agora, bem agora, meu Employment Authorization Card venceu.
O novo, se chegar, só no fim de dezembro.
Ainda bem que é outono.
E São Francisco está lindíssima, uma coisa assim, sem fim.

ps: A foto tirei no ferry, a caminho de um churrasco. Gostoso isso de  "comutar" pelo mar, de bonde, de troley...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Bon appetit

Estava aqui, absorta em leituras e pensamentos, personagens, premissas e muitos deadlines. Quando dei por mim, já eram duas da tarde (ai, deadlines, deadlines). Fome!

Não posso dizer que aprendi a cozinhar. Isso acho que não vou aprender nunca. Mas hoje sei lidar melhor com a tal da cozinha. Aprendi, na minha opinão, o maior segredo do "não cozinheiro": ter à mão bons ingredientes. E o maior segredo de quem trabalha em casa e, sinceramente, nunca tem tempo de almoçar direito: guardar tudo. Qualquer sobrinha, desde que bem acompanhada, pode virar um delicioso almoço.

Abri a geladeira. Uma fatia da pizza de ontem. Alface. Respirei fundo.
This will just have to do it.

E assim fui. Alface picadinha, com uma colher de queijo cottage, lascas de amêndoas salgadas, que sobraram da "comida de trilha" da última viagem e lascas de emental e grana padano, do "queijos e vinhos" de terça. Temperado com aquele quartinho de limão que sobrou das fajitas caseiras de anteontem à noite, uma colherinha da mostarda em grãos que veio da França em maio, azeite extra virgem, sal e pimenta do reino moída no meu pimenteiro em forma de coelhinho.

Quase esqueci de esquentar a coitada da fatia de pizza, pra acompanhar minha linda salada.

Bon appetit!




ps: Frase da noite de ontem: "You French people! You get to eat French food everyday!"("Julie and Julia")

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Master-sister

Orgulho da minha irmãzinha.
Ela é mestre. Ou melhor, elle a eu son master recherche, com biquinho e tudo. Linda!
Queria poder dar um abraço, em 3D.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

...

"...Com muito amor e saudades, como dizem por aqui, palavra muito bonita que parece incluir, num só, todos os sentimentos relativos aos amigos distantes."

Palavras de Elizabeth Bishop, escritas do Brasil para Robert Lowell em 1954, retransmitidas aqui para aquelas pessoas tão amadas e tão distantes.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Hoje a Monika, minha vizinha, bateu na porta e me presenteou com sorrisos cor-de-rosa, gigantes e cheirosos.
Direto do jardim dela pra minha sala.


Vantagens de uma vida (quase) provinciana :-)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Desejinhos



Meu avô sempre disse que "doce de leite sem queijo é igual a abraço sem beijo".

Mas, vô, na falta absoluta do beijo, um abraço é bem melhor que nada né?
Pois é.

Guardei o abraço pra uma ocasião especial. Guardei com tanto afinco, que ele venceu. E estragou.

Mãe, põe outro abraço no correio prá mim, vai!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A festa da menina morta


Muita gente não gostou. É fácil não gostar. O filme é assim, difícil mesmo.

Eu sou suspeita, pois amava desde o primeiro dia de filmagem.
Esse era um filme que, pra me deixar feliz, nem precisava ser bom. Mas é.

Um filme onde todo dia no set alguém chorava. Chorava de emoção ao ver o vento bater sozinho, e a poeira subir enquanto um Paulo José vestido de padre declamava um lindo poema. Chorava de nervoso de assistir os surtos do Santinho. Chorava para sufocar a vontade de gritar ao ver a conversa desconexa quase perfeita entre Pai e Santo. Chorava simplesmente por presenciar, respirar tanta sensibilidade artística.

Um filme onde a gente trabalhou igual sempre, 15, 16 horas por dia, seis dias por semana, com mosquito da malária, muito calor, e sem telefone. Sem pão nem queijo, mas com muita fruta e peixe. Sem ar condicionado no quarto, afinal, o rio secou, e o diesel do gerador (e todas aquelas outras coisas que consideramos necessidades básicas) não chegava mais.
Ou seja, a gente ralou. Muito.

Mas acordava e dormia, quando dormia, com sensação de ter feito arte.
Arte mesmo, aquela, a sétima.

Orgulho gostoso.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Leblon Tales


A Dona Judite deve ter uns 65 anos. O seu cabelo é curto e bem escovado, seus olhos cobertos por óculos escuros de aro marrom claro. Já a Dona Leonor, provavelmente da mesma idade, possui cabelos longos, talvez na altura do ombro, mas vivem presos no alto por uma "piranha". As duas pintam as madeixas de castanho, nem claro, nem escuro, talvez no mesmo salão, na esquina da Ataulfo com a Cupertino.

Dona Judite perdeu o marido há muito tempo. Foi com ele que ela se mudou para o Leblon, onde criou seu único filho. Mora até hoje no mesmo apartamento, numa travessinha arborizada da Rua General Urquiza, onde recebe os netinhos aos domingos para o lanche da tarde. Ela manteve o quarto do filho intacto, e este vez ou outra é ocupado pelas crianças em noites de sábado, quando sua nora tem dificuldades para encontrar uma folgista para a babá. Estes são os melhores finais de semana, pois no domingo de manhã logo cedo vão, avó e netos, para a praia. Ela senta-se perto do salva-vidas e, simpática, pede a ele que observe a menina loirinha de biquini verde e seu irmão no mar. Dona Judite não sabe nadar.

Dona Leonor criou seus filhos fora do Leblon, e só voltou a morar no bairro quando sua mãe faleceu. Cansada de pagar o aluguel altíssimo em Botafogo, empacotou a casa, o marido e a filha solteira, e foram todos para o barulhento apartamento da Ataulfo, em cima do salão de beleza. Ninguém se importou nada com a mudança, e todo final de semana ela recebia feliz a visita de seu fiho, que estacionava o Uno verde na garagem do prédio, e de lá caminhava até o posto 11 com a família. As visitas do filho só diminuíram dois anos atrás, quando, já viúva e aposentada, a professora decidiu alugar sua vaga de garagem para um vizinho. A filha de Dona Leonor mudou-se em 2002 para São Paulo, e aparece a cada dois meses, carregando sempre uma amiga e um sotaque forte que a mãe acha difícil compreender.
Foi nessa minha última viagem ao Rio que conheci as duas senhoras.
Para Dona Judite, que vestia uma calça verde clara bem leve, cinto marrom, e uma camisa de manga longa em seda estampada, pedi uma informação. Eu só queria o endereço da padaria mais próxima, enquanto Dona Judite queria conversar. Me contou que, a cinco blocos dali, passando a sapataria, tinha um mercado muito bom. Aquele, que não era o Pão de Açúcar, não se lembrava o nome, mas era sim, um mercado muito bom. "Como se chama mesmo? Passando a sapataria, alí, a esquerda. No fundo do mercado eles têm um setor de padaria. Tipo uma panificadora mesmo, ah, os pães são muito gostosos. Compre o de milho, minha filha. O pão de milho." Dona Judite foi tão solícita que acabou perdendo o sinal, que abriu e fechou. Acabei me sentindo mal e lhe fiz companhia por mais alguns minutos.
Dois dias depois, quase nesta mesma esquina, me sentei no banco de madeira para descansar. Segundos depois chegou a Dona Eleonor, também de cinto marrom, porém de bermuda, regata e sandália havaiana.  Sentou-se ao meu lado. Acendeu um cigarro e começou a conversar. Contou, assim sem que eu perguntasse, do sufoco na fila do Bradesco, dessa chatice de arrastão na praia no final de semana, do preço dos remédios na farmácia. Reclamou do calor e do inchaço nos pés. Falou da briga da Record com a Globo, da roubalheira que anda este mundo. Acabou seu cigarro, pediu licença, e disse que precisava ir embora, pois não queria perder a novela das seis. Não sei ao certo se na Globo ou na Record.
Logo depois me levantei, e fui comprar o meu remédio caro na farmácia. Até hoje não encontrei nem a sapataria, muito menos o pão de milho no supermercado incrível da Dona Judite. No caminho de casa, enquanto suava de calor, cruzei com mais umas 5 ou 6 senhoras, cada uma de um estilo. E me lembrei da minha infância, das férias na casa da minha avó na rua Rita Ludolf. E me lembrei dos tempos em que morei por aqui, já adulta. E senti uma saudade gostosa dessa cidade tão misturada.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Oficial MFA Candidate




Eba! Passei no meu Mid Point Review. Sou, oficialmente, uma MFA candidate, com meu projeto de tese já aprovado.
"The Antagonist", que já tem um roteiro lindo, vai virar um filme!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Mixed Media + Mixed Artists


Lá vou eu, bem mineirinha mesmo, "caçando sarna pra me coçar".
Como ia mesmo passar um mês no Brasil resolvi, para não perder o "semestre do verão", fazer online um curso mandatório de artes plásticas do mestrado.
Como meu trabalho final, poderia bem feliz ter feito filminhos de um minuto. Mas inventei, de novo, e resolvi pintar. Esqueci por uns instantes a minha completa falta de talento para trabalhos manuais, e apresentei a proposta de um projeto ousado que só. A professora adorou. E a mocinha aqui, teve que executar as 15 "telas", logicamente no último minuto.
Acabamos trabalhando todos: eu, mãe, irmão, Ide e quem mais passasse pela porta - todos eles incrivelmente mais talentosos do que a suposta "artista".
Vai aí um gostinho do meu varalzinho "pós-colonialista", estendido na sala da casa da mamãe.


quinta-feira, 23 de julho de 2009

primeiras impressões no meu velho mundo



Paulista, Augusta, Sumaré, Francisco Leitão, Manduri
Arroz, feijão, frango acebolado, ovo frito, banana e farinha
Sobrinho novo
Sobrinho antigo com tamanho novo dizendo tia Painha
Cerveja de garrafa, copo americano e saideira de graça
Pão francês, peito de peru e queijo Minas na chapa
Pão na chapa com polenguinho, padaria e requeijão
Ver um filme que eu fiz no cinema, sair feliz e orgulhosa
Coxinha, pão de queijo, empadinha, pastel e pão de queijo de novo
Mate gelado, suco de laranja natural com gosto de laranja
Espaço Unibanco, Reserva Cultural e Loki
Trânsito, temporal e boas rádios
Mamão, manga, banana, abacaxi, pêra
Manicure e pedicure
Amigas em trabalho de parto, filhos novos de amigos
Amigas esperando novos bebês
Pizza, Estado de São Paulo, Piauí e Bravo
Rodízio de sushi na Liberdade
Vinho chileno, argentino e italiano com as amigas
Amigos, amigos e amigos

Isso que ainda nem fui pra BH...


quarta-feira, 15 de julho de 2009


Hoje eu queria que fosse assim, um chá.
Acompanhado de waffle holandês de mel (que derrete com o vaporzinho...).

ps: Vou pro Brasil!!! Amanhã!!

domingo, 28 de junho de 2009

Trailer oficial do Besouro


Aqui, no meio de um fim de semana de sol, 
hibernada na frente do computador 
preparando a minha pré-banca do mestrado, 
quase-ficando-doida, 
um momentinho de devaneio e ó!


ps: Eles comprimiram na hora de "embebedar", então é mais legal clicar nele mesmo e ver no youtube, em HD.

domingo, 21 de junho de 2009

Melancolias


Ando assim, meio que meio a flor da pele, chorando a toa, ficando feliz e triste com o corpo.

Chorando porque não vai mais existir parishuffle, nem mesmo tanto pelo parishuffle em si, que é(ra) incrível, mas pelo medo de acabar distante desta pessoa tão querida, assim sem não mais saber o que acontece todo dia, sem não mais ter aquele pedacinho dela por aqui. Porque sei bem como as pessoas se perdem, e perco tantas todo dia.

Feliz por ter tido um dia ótimo, de céu azul, ter estudado bastante e ter comido hotpot de novo com esses dois presentinhos embrulhados com um lindo laço de bolinhas que San Francisco me deu (e ainda acompanhado de dois pedacinhos de vida deles, diretamente de Brasília).

E ter tomado quatro, cinco, seis, sete chopes com meu primo, essa pessoa assim que só ele, alegre, divertida, família - ai como é bom esse troço de família. E ter conhecido melhor essa mulher linda que ele escolheu pra ser a dele, e entender bem porque ele fez tão boa escolha.

Assim, a flor da pele mesmo. Achando tudo muito valioso.

Acho que esse "estado" é fruto de ter vivido um cheio muito grande, e de repente, muito rápido, um vazio de igual tamanho.


segunda-feira, 15 de junho de 2009

Ferry Building


Talvez inspirada pela minha temporada na cidade gourmandise (e amando mais esse lado de Paris), resolvi continuar a nossa empreitada "San Francisco Bairros"

O Ferry Building não é bem um bairro, mas
 sim um prédio. Nem mesmo muito um prédio, e sim um mercado. Um mercado pra quem gosta de comida boa, orgânica, natural, "eco-social-correta". Pra quem procura produtos seletos, diferentes, raros, variados. 
Ele fica ali, no início da imponente Market Street, que corta downtown inteira com os maiores e mais modernos prédios de San Francisco. E a Market começa na Embarcadero, avenida na beira de todos os piers, praticamente abaixo da linda e gigantesca Bay Bridge. 
Sim, é lá que muita coisa acontece, como os fogos no reveillon (não, não é na Golden Gate). É de lá também que sai o Ferry, a barca que leva e traz muita gente, gente que mora do lado de lá da baía, em Marin County e trabalha em San Francisco, e gente que passeia, e gente que simplesmente transita de barco.
O prédio já foi muitas coisas, de um pomposo ferry building (literalmente) à um prédio de escritórios escondido atrás de uma freeway horrorosa, que passava em cima da Embarcadero (derrubada em 1991, por causa do terremoto de 1989). O prédio foi renovado e reinaugurado em 2003, e hoje abriga a feira dos "farmers" pelas manhãs, com barracas de lindas frutas, legumes, verduras, doces, tudo direto dos produtores. Lá também estão deliciosos restaurantes, com mesinhas externas de frente pra baía, algumas delicatessens e muitas lojas gourmets especializadas (claro que tudo super orgânico!).

É bem assim: 
Tem uma de chocolates finos. 
Uma só de cogumelos. Uma de pães (padaria é um negócio de luxo aqui nessa terra). Uma de queijos excepcionais. Uma salumeria. Uma boutique de cafés. O reino das ervas. O paraíso dos azeites. Açougue, peixaria, "oyesteria". O caviar café. O mercado fresh-orgânico-só-compro-de-pequenos-produtores. Vinhos lindos e finos, com happy hour degustação, onde as pessoas compram  o pão na padaria, o queijo na cowgril e sentam para experimentar vinhos.  Além de duas lojas incríveis de coisas para cozinha, a Sur La Table, que amo, e uma de antiguidades para culinária, uma loucura.


Vc entra á e fica louco, louco mesmo, querendo experimentar tudo, comprar a cada dia um produto diferente. Divino. Delicioso. Eba! 


PS: para ler sobre o Crissy Field, uma região bem legal de SF, clique aqui!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Au revoir

Preciso ainda de um dia para processar a volta. 

Preciso ainda de uns dois dias pra entender que passei somente duas semanas. Sério, o que são duas semanas? Quantas duas semanas na vida você acordou trabalhou dormiu assim, sem nem perceber? Quantas duas semanas na vida você viveu assim, inetensamente até o nível de exaustão máxima?

Preciso ainda de uma semana pra trancar a saudade de volta na sua gavetinha.  Foram pessoas muito queridas que revi, abracei, ri, chorei. Foram mesas de bar muito conversadas, e muito regadas a vinhos "nacionais" e comidas incríveis.

Preciso ainda de dez dias pra suprimir essa necessidade louca de agarrar o mundo que a Europa causa na gente. Foram assim as duas vezes que pisei por lá. A gente volta querendo conhecer, viajar, estudar, aprender, descontroladamente mesmo. 

Preciso ainda de umas duas semanas pra acalmar o coração. 


Paris. Ah Paris. É assim mesmo: apaixonante. Concordo que não há nada melhor que passear em Paris com os amigos. E fico muito feliz que, já que minha irmã querida escolheu um lugar bem longe pra morar, pelo menos foi . Pois assim, sou "obrigada", coitada de mim, a ir sempre. E me apaixonar toda vez.

terça-feira, 19 de maio de 2009

The zero countdown



Todo mundo tem um pouco de medo desse dia. O dia de prestar contas. Consigo mesma. Acho que quando a gente é nova a gente sempre se projeta com os famosos 30 anos, cheia de expectativas. E pensa que quando for "velha", lá pelos 30, as coisas serão de um jeito ou de outro.

Hoje eu faço 30 anos.  
Sequer me lembro quem é mesmo que eu deveria ser nesta data. 
Mas me sinto bem. Pronta pra virar gente grande. 
Pra dormir e acordar, e ver que amanhã vai estar tudo igual. Que estas coisas não mudam assim da noite pro dia. 
Pra entender que quem quer que seja que eu (e todo mundo) esperava que eu fosse hoje, se tornou quem eu sou hoje. Assim desse jeitinho mesmo. 
Hora de zerar o cronometro, e inventar todas as minhas novas metas, e esquecê-las progressivamente até os 60.

Começo embarcando para Paris daqui a menos de uma semana. Rapidinho, pra não dar tempo de esquecer. 

PS: Aceito cremes anti-rugas de presente de aniversário, de hoje em diante. Porque não faz nenhum mal seguir os conselhos da vovó, que tem uma pele linda aos 70, curtida em mágicas gostinhas da Estée Lauder. 

quarta-feira, 29 de abril de 2009

F.O.G



Era um dia como outro qualquer. Eu andava pela parte azul do universo, literalmente jogada na grama, no sol, no vento. Do lado de lá estava o mundo fantasmagórico, o castelo da bruxa, o navio do pirata. 
O fog vem assim, desce feito líquido das montanhas, se aloja baixinho, denso. E fica. Às vezes sobe e cobre tudo, às vezes dissipa. Mas normalmente ele fica. 
E, por mais chato que seja acordar e encontrar o horizonte enubriado, é uma delícia dormir com o barulhinho surdo dos navios apitando, se comunicando no fog, lá longe.


PS: Por aqui, além de todos os fatores normais que determinam os valores imobiliários numa cidade, também conta a quantidade de fog no bairro, rua, redondeza. É mais caro no mundo azul...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

32 graus

Sim, fez 30 graus, por 3 dias seguidos e não ventou. Fui a praia domingo passado e saí de lá as 7 da noite, sem sentir frio, uma brisinha morna, coisa de louco mesmo. Precisa morar em San Francisco para entender o que significa isso, mas vou tentar explicar assim mesmo.

Aqui não existe verão. No verão tem fog (que é uma experiência única), vento gelado e alguma chuva. Dizem os amigos que outubro é o mês do verão daqui, mas eu só acredito vendo. Ano passado passei outubro em plena Bahia, e por lá era verão - mesmo sendo primavera. De qualquer jeito, ainda não é verão pra ninguém no hemisfério de cá, e logo nós, o povo mais sem verão desse país, fomos, bem lindos, todos à praia. 

Além de não ter verão, mesmo quando fica quente - porque também nunca fica frio frio Noruega - tem o vento. O vento não pára. E é gelado que só. E começa as 3 e meia. E segue ventando até o dia seguinte. Repito que domingo fiquei na praia até 7 da noite e não senti frio. 

Acho que se fizesse um clima assim sempre não caberia todo mundo na cidade. Tipo o Rio de Janeiro, se não tivesse violência.

PS: Ir a praia não signifca entrar no mar. Dói o pé, congela o sangue, é bem pior do que as cachoeiras mineiras no inverno. Eu entrei, 3 vezes, mas só porque sou muito teimosa mesmo. E pode ir pelado, de biquini americano, brasileiro ou de calça jeans, ninguém liga muito não. 

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Mission

A idéia é da Gi. Mas eu gostei. E virou uma missão, conjunta. 
Uma série de posts, bairro a bairro, com nossos cantinhos prediletos de cada um...


Começo pelo Mission. O bairro latino, onde os outdoors são em espanhol. O bairro que abriga a Misíon San Francisco de Asís, igrejinha linda, de pedra, construída em 1776,  a construção mais antiga da cidade. San Francisco é uma cidade de prédios relativamente novos, pois foi quase toda destruída pelo terremoto de 1906. Mas a igreja sobreviveu. E seu pequeno cemitério fofo também.

No Mission tem também o Dolores Park, na rua da Igrejinha. Diz a lenda que lá em 1776, os mexicanos que carregaram as pedras da igreja morro acima, chamavam a construção de La Misíon Dolorosa, dando nome a rua (adoro lendas urbanas, cultura inútil, etc).  O Dolores Park, além de uma vista linda lá de cima, fica sempre cheio de gente animada, tem pouca criança gritando e muito cachorro. Tem um sorvete cotadíssimo na frente, com sabores incríveis e uma fila gigante. Fila tem também no famoso croissant alí ao lado, na 18 com a Guerrero. Confesso que nunca consegui comer nenhum dos dois, pois sempre me faltou paciência, mas já ouvi maravilhas.

A Valência Street é a minha favorita, com suas lojas, brechós e galerias alternativas, onde você até encontra quadros dos amigos.  No Mission fazem abaixo assinado pra não chegar a GAP, adoro! A 16th e a 24th também são incríveis. Pra comer bem basta querer. Além de centenas de taquerias (uma a cada esquina), tem excelentes restaurantes: paquistanês, espanhol, grego, francês, boliviano, cubano, japonês, pizza, vegan, veggie, etc. De caro a barato. E à noite (antes das 2, claro!)  bares, movimento, gente na rua, amo! 

A rua principal, a Mission Street possui milhares de lojas onde frutas e legumes são mais baratos, camarão custa o preço de carne moída no Brasil (e é fresco), açougues lembram os de Pinheiros, e quinquilharias com cara de 25 de março vivem entulhadas em espremidas prateleiras. Tem também uma lojinha muito cara que vende pão de queijo Forno de Minas, requeijão, bis e guaraná. Pra completar, nas pequenas ruelas paralelas há murais lindos, pintados nas paredes das casas, nas gastas cercas de madeira, nas portas e janelas. 

Essa coisa de escolher 5 pontos prediletos achei uma idéia, minha mesmo, muito boba. Ainda não sei se decidi certo, e passei quase uma hora torturando a minha cabecinha. 

Paxton Gate - lojinha de coisas estranhas e plantas lindas. Fósseis, caveiras, desenhos e livros, uma ótima seleção de coisas que dá vontade de ter em casa.


Vintage store - dois andares de móveis lindos, vintage, usados e reformados (ou não). Coisas incríveis, tudo caríssimo mas delicioso de olhar. 


Radio Habana Social Club - Difícil estar aberto, abre quando quer, pro que quer. Mini bar cubano, comida boa, muita legal, cheio de tralha, muito de verdade.


Ritual Coffee Roasters - Um café que realmente serve um bom café. Aqui nos EUA é quase impossível. No fundo do bar sacos e sacos de grãos cheirosos, que você pode aproveitar em uma desgustação de cafés em copinhos de vidro. Um monte de gente jogada no sofá, "lap-topando", por horas e horas.


Mini salinha de cinema independente - a maioria das coisas passa em vídeo, numa telinha mini, com cadeiras desconfortáveis. Mas compartilho bem essa vontade-louca-anti-indústria de sobrevivência.

Ufa! Agora só preciso controlar esse desejo de largar tudo, sair correndo e passar a tarde por lá!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Slices of Empty Space





Sim, existem vários defeitos no meu filme. 
O tal pêlo no gate, foco, entradas de luz pelo visor, som zoado.
Nada como estar na escola, e poder estar aprendendo. 
Com defeito e tudo, vai aí um "gostinho".

domingo, 29 de março de 2009

Surroundings



San Francisco é assim. Saiu da cidade, andou 30 minutos e às vezes até sem querer, você chega no paraíso. São  lugares incríveis, parques estaduais deslumbrantes, vistas, vistas e mais vistas. Não sei bem como vou conseguir viver longe disto um dia. 
Já perdi as contas do número de vezes que simplesmente nos perdemos dirigindo e chegamos ao cume de uma montanha e lá estava o sol de pondo no mar, amarelo, laranja, rosa e azul. Aqui é assim, basta um dia lindo, basta o fog subir. Pronto. Diversão garantida. 
Você só precisa ignorar o vento, gelado, que chega sempre às 3, 3 e meia da tarde (impreterivelmente).
Este fim de semana chegou aos 25 graus, céu azul turquesa. Delícia.
Mont Diablo no sábado, café-da-manhã-picnic no domingo. :-)
E mongolian hot pot, mas esse é assunto pra outro post...

terça-feira, 24 de março de 2009

Pronto, filmado!


Fotinhos para a family coruja :-).

quinta-feira, 19 de março de 2009

Véspera


É amanhã.
O coração às vezes dispara, a respiração às vezes fica mais densa.

A cabeça segue louquinha tentando pensar em tudo.

Mas é na barriga que a coisa pega.
Um borboletário inteiro.

O escritor e sua primeira letra.
O bailarino e os primeiros acordes antes de pisar no palco.
O pintor, as cores e sua tela nua.

É isso aí, bon courage.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Luzinha no fim do túnel

Ontem disseram que meus personagens são autênticos. 
Gosto dessa palavra.
Talvez eu consiga sobreviver mais uns dias antes de vender minha alma...

ps: como faz quando sua história já aconteceu toda e vc ainda está escrevendo a página 50 do roteiro (há menos de 24 hs do deadline)?

segunda-feira, 9 de março de 2009

1st amendment


       Pronto. 
       Resolvi abrir meu coração para Hollywood. 
       Não há de ser tão difícil. 
       A partir de hoje, meu maior sonho passa a ser o Oscar.
       Haja energia para querer ser "artista" nesta terra.


Anúncio para o Craigslist:
Alguém tem uma historinha pra me emprestar? 
Daquelas bem redondinhas, começo, meio e fim. 
Estrutura de três atos. 
O mais quadrada possível, por favor.
Protagonista e antagonista. Um quer uma coisa, o outro quer atrapalhar. 
Ah, e com aquela incrível viradinha publicitária no final! 
(Não pode faltar de jeito nenhum).
Preciso de 2. Uma entre 5 e 6 minutos, uma com 2 minutos cravados.


quarta-feira, 4 de março de 2009

The Class


Acabo de voltar do cinema.

Logo que o filme acabou, me veio aquela sensação sufocante de necessidade de ar, uma claustrofobia louca. Foi então que descobri o título original do filme, Entre les murs (entre as paredes), entre os muros daquela escola onde havia passado as últimas 2 horas e 8 minutos. 
Junto veio um prazer inexplicável de ouvir o silêncio dos créditos. E me lembrei dos barulhos de uma escola, do ecoar de centenas de vozes em corredores, salas com pequenas janelas e pátios murados - pois está pra nascer o cidadão que vai construir uma escola considerando estas necessidades acústicas.  

The Class, pra mim, é um filme bom, um filme que "funciona". Acho que perco mais tempo no meu mestrado "lutando" contra as imposições do cinema industrializado de Hollywood, do que realmente produzindo. Se eu apresentasse na minha sala de aula, as 7 primeiras páginas deste vencedor da Palma de Ouro em Cannes, eu seria, no mínimo, linchada. Ouviria coisas do tipo: "isso se alguém ainda continuar na sala de cinema", ou "acho que jamais pagaria $11,50 para ouvir estas pessoas se apresentado", "e elas nem são seus personagens principais", "como assim você quer ter onze antagonistas" , "mas a primeira pessoa a falar não é o protagonista", "não funciona, o hook não está na página 5", e mais um milhão de "know the rules before you break them". 
Humpf, será que este povo já ouviu falar da tal sétima arte? 

Lamúrias à parte, orgulho ferido de um primeiro ato lido e fortemente criticado (ontem) à parte, Entre les murs é sem dúvida merecedor de palmas e mais palmas. Uma verdadeira aula de desenvolvimento de personagens, uma enxurrada de conflitos internos transferidos para a tela. De uma inteligência impressionante, cativante, irritante, pesada, engraçada.
Mr. Marin,  Wei, Souleymane, Boubacar, Esmeralda (até vc, Esmeralda que eu quis "socar" o filme todo), Khoumba, Louise, e todos os outros . 
You are amazing characters, wish you were all mine!


Diversão

Lima apareceu ontem com o fail blog. Um blog aberto, pra onde as pessoas mandam fotos, videos, artes dos "absurdismos" que encontram por aí. Tem uns que são muito bons, outros nem tanto, claro. A cada dia chegam vários! Divertido :-)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Paris, São Paulo e um amigo


Acho que hoje a minha irmã se encontrou com um velho amigo meu, lá em Paris. O moço chamado Anonimato. Eu o conheci logo que me mudei para São Paulo, e ele é um dos responsáveis por eu ter me apaixonado tanto por aquela cidade. Esse trecho do e mail da minha irmã descreve bem essa louca sensação de anonimato, às vezes tão leve e livre, porém muitas vezes tão forte e dura.

"sai com amigas hoje.
e na volta me senti livre como um passaro 
simplesmente porque entrei no metro e cantei
cantei cantei cantei
meu velho canto desafinado
minha musica brasileira
cantei minha terra natal tao saudosa

eu sozinha e tao eu 
e tao certa de que Paris nao se importava comigo 
como eu nao me importava com o que Paris pensava de mim"


Provavelmente quem cresceu em uma cidade cosmopolita nunca vá entender, pois já nasceu assim. Mas a gente é mineirinha, parte integrante e orgulhosa de um povo-todo-junto, uma família-toda-junta, uma cidade cheia de gente com nome-e-sobrenome. A gente entende.

PS: A foto é a última olhada que dei pela janela, no já vazio e tão amado apê da Francisco Leitão... Morro de saudades!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

elegi o wheat cous cous

Aqui na pequena familinha Lima não somos grandes cozinheiros, mas adoramos comer bem. Então esses pratos gostosos, saudáveis e facílimos de preparar vivem frequentando nossa mesa. O franguinho com legumes da Ludy (já tão visitado!) e o macarrão de blue cheese e creme fraiche da Celia ganharam um novo amiguinho desde que voltei do Brasil: o cous cous da Malu. O cous cous é grande companheiro da Malu e sempre faz parte do seu kit de sobrevivência em filmes de locação, junto com sua super panela elétrica, que já me salvou de muitos momentos de fome louca. Aqui sua versão americaninha (meio fora de foco) com legumes, acompanhando crab cake assado, e um bom e barato vinho californiano. Tudo feito sujando apenas 2 panelas e em 15 minutos (senão não vale!). 

Internet exchanging e o desapego da moldureira


Roubado do blog da Kity, que já tinha pego do blog da D'Umbra, que já tinha sido criado pelo Laerte. Direto pra cá. Pois tem muito a ver com meu processo de transição atual. Vai nega, tira seu pé do chão!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Recompensa

Bom, desde dezembro meu marido anda longe, com a cabeça voltada para um carro... O tal coupe, lançamento da Hyundai. Foi pro México, trabalhou inúmeros fins de semana, e agora pronto: tá no ar. Quem quiser se divertir...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Tooday is 01.01.09

Acho que agora já posso deixar 2009 entrar... 
É que o ano novo chegou assim, atropelando tudo, sem que eu estivesse preparada. Talvez porque eu tenha passado todo o segundo semestre num universo paralelo, enfiada no interior da Bahia,  vivendo uma vida que não era bem a minha (era sim, mas nem tanto). Talvez porque não tenha dado o tempo necessário pra despressurizar, voltar pra terra e aclimatar. Talvez porque eu não tenha visto algumas estações do ano, e tenha acabado voltando pra minha casa, sem entender tanto que era minha. 
E veio neve, ski, e grandes lagos congelados. Depois veio mais viagem, parques, praias e trilhas. E Los Angeles com seu trânsito louco de freeways embaralhadas. E Las Vegas e suas construções megalomaníacas, cirque du soleil com bailarinos, acrobatas e nadadores. Tudo muito eclético, mas regado a amor de mãe e irmão. Tão em casa e tão sem casa fixa. E enfim San Francisco, apresentar essa cidade encantadora, seus cantinhos, tudo que eu conheço tão bem, praqueles que me conhecem tão bem. Veio despedida, e essa foi dura.
Foi preciso o novo presidente chegar, começarem as aulas, ir ao cinema com o Vitor, jantar com a Vitoria, tomar drinks com a Gi e com  Celia, ir na festinha na casa da Márcia, e principalmente o gatinho voltar do México (será que agora a gente consegue ficar um tempinho na mesma cidade, juntinhos?); pra o ano começar direito. 
2008 foi um ano difícil, mas muito bom. Um ano de enfrentar monstros, que no fim não eram tão monstruosos assim. Cheio de conhecimento, de desafios e criatividade. Um ano tão diferente que foi difícil desapegar. 
E agora vem mais um, o tal 2009.
Feliz ano novo :-), acho que vou usar branco amanhã, pra comemorar.
 

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

casa vazia


Prometo um post de ano novo, cheio de historinhas e reflexões. 
Agora não dá. A casa tá muito vazia, depois de vinte dias de visita de pessoas absurdamente especiais e amadas. 
Ficam sorrisos, cheiros, lagriminhas que não param de cair, e uma vontade louca da saudade "assentar" de novo...