domingo, 18 de outubro de 2009

A arte de pedir um café




Inspirada pela Renatinha e sua análise da relação dos noruegueses com o cafezinho, resolvi escrever sobre a relação dos americanos com a tal bebida.

Começo, antes que alguém grite daí, dizendo que americano não sabe beber café. Simplesmente porque o café em sí não é o que importa na bebida. E sim o quentinho do copo enorme e lacrado, o costume de carregar seu copo de café prá cima e pra baixo, e lá, por último, alguma cafeína. Sem querer generalizar, mas na maioria dos casos, o café em sí é completamente secundário. Existem milhares de variações e incrementadas bebidas derivadas de café, e é isso que o americano consome. Morro de pena dos turistas (e de mim, no começo), quando tentam pedir um café no Starbucks. É praticamente impossível. Depois de um ano aqui é que fui aprender a pedir o meu favorito "Can I have a Tall Non-fat Latte Double shot less foam, please?". Cansada de esperar na fila e ver as pessoas pedirem um "grande mocha 1/3 less fat no whipped", or a "tall mocha frapuccino extra caramel 1/2 whipped"; chegava minha hora e eu só conseguia dizer "small coffee, please". Só para depois entender que small não é pequeno, pequeno é Tall. Médio é Venti. Grande é Grande (ufa!).

Literalmente é preciso uma visita ao website par entender o que se está pedindo num Starbucks.
O cafezinho mais normal e acessível financeiramente, é o Caffè, um chá-fé literalmente. Ao qual você adiciona cream, half and half, açúcar, canela, caramelo. Pode já vir com leite, formando um Café au lait. Esses custam menos de 2 doláres normalmente, e vem um copão de aguinha com aroma de café. Passei muito tempo tomando este só pra simplificar. "No room for cream, please".

Se você tiver um refinamento linguístico e um pouco mais de dinheiro, pode se aventurar nos Espressos, que são os mais gostosos. Mas se vc quiser um espressinho, daqueles do Brasil, tende logo um "Double shot with 1/3 more water",  e use seu poder de abstração ao beber. Um shot de espresso aqui é como se fosse um bem curtinho, mais curto que o carioca. Cada shot custa uns 2 e pouco. E o pó do café não é nada incrível. Ainda bem que trago meu café do Brasil na mala.

Eu gosto do Latte. Feito com shot de espresso, que eu peço o médio no copo do pequeno, pois daí são dois shots e menos leite, fica mais escurinho, peço pouca espuma, leite non-fat. Parece simples. Mas os funcionários do starbucks são tão eficientes e apressados, que você precisa ter tudo na ponta da língua, senão eles te atropelam completamente.
Logo mais eu conto como é pedir um drink num bar, afe!

3 comentários:

  1. Bom, só estive por aí de passagem e depois de algumas tentativas em locais diversos, preferi a solução mais drástica de desistir do café e pronto.
    Minha pior experiência foi o pacote todo de café da manhã em LA, nunca esqueço. Pedi o que tinha de "menos pior" no menu pra comer no quarto, era uma rosca horrorosa coberta de açúcar, uns copinhos de gelatina e geléia (pra passar na rosca cheia de açúcar) e uma garrafa térmica com chafé MORNO.

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  2. Hahaha... eu ainda estou na fase do "latte, please". Preciso ir no Starbucks com vc, flor!

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