quarta-feira, 29 de abril de 2009

F.O.G



Era um dia como outro qualquer. Eu andava pela parte azul do universo, literalmente jogada na grama, no sol, no vento. Do lado de lá estava o mundo fantasmagórico, o castelo da bruxa, o navio do pirata. 
O fog vem assim, desce feito líquido das montanhas, se aloja baixinho, denso. E fica. Às vezes sobe e cobre tudo, às vezes dissipa. Mas normalmente ele fica. 
E, por mais chato que seja acordar e encontrar o horizonte enubriado, é uma delícia dormir com o barulhinho surdo dos navios apitando, se comunicando no fog, lá longe.


PS: Por aqui, além de todos os fatores normais que determinam os valores imobiliários numa cidade, também conta a quantidade de fog no bairro, rua, redondeza. É mais caro no mundo azul...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

32 graus

Sim, fez 30 graus, por 3 dias seguidos e não ventou. Fui a praia domingo passado e saí de lá as 7 da noite, sem sentir frio, uma brisinha morna, coisa de louco mesmo. Precisa morar em San Francisco para entender o que significa isso, mas vou tentar explicar assim mesmo.

Aqui não existe verão. No verão tem fog (que é uma experiência única), vento gelado e alguma chuva. Dizem os amigos que outubro é o mês do verão daqui, mas eu só acredito vendo. Ano passado passei outubro em plena Bahia, e por lá era verão - mesmo sendo primavera. De qualquer jeito, ainda não é verão pra ninguém no hemisfério de cá, e logo nós, o povo mais sem verão desse país, fomos, bem lindos, todos à praia. 

Além de não ter verão, mesmo quando fica quente - porque também nunca fica frio frio Noruega - tem o vento. O vento não pára. E é gelado que só. E começa as 3 e meia. E segue ventando até o dia seguinte. Repito que domingo fiquei na praia até 7 da noite e não senti frio. 

Acho que se fizesse um clima assim sempre não caberia todo mundo na cidade. Tipo o Rio de Janeiro, se não tivesse violência.

PS: Ir a praia não signifca entrar no mar. Dói o pé, congela o sangue, é bem pior do que as cachoeiras mineiras no inverno. Eu entrei, 3 vezes, mas só porque sou muito teimosa mesmo. E pode ir pelado, de biquini americano, brasileiro ou de calça jeans, ninguém liga muito não. 

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Mission

A idéia é da Gi. Mas eu gostei. E virou uma missão, conjunta. 
Uma série de posts, bairro a bairro, com nossos cantinhos prediletos de cada um...


Começo pelo Mission. O bairro latino, onde os outdoors são em espanhol. O bairro que abriga a Misíon San Francisco de Asís, igrejinha linda, de pedra, construída em 1776,  a construção mais antiga da cidade. San Francisco é uma cidade de prédios relativamente novos, pois foi quase toda destruída pelo terremoto de 1906. Mas a igreja sobreviveu. E seu pequeno cemitério fofo também.

No Mission tem também o Dolores Park, na rua da Igrejinha. Diz a lenda que lá em 1776, os mexicanos que carregaram as pedras da igreja morro acima, chamavam a construção de La Misíon Dolorosa, dando nome a rua (adoro lendas urbanas, cultura inútil, etc).  O Dolores Park, além de uma vista linda lá de cima, fica sempre cheio de gente animada, tem pouca criança gritando e muito cachorro. Tem um sorvete cotadíssimo na frente, com sabores incríveis e uma fila gigante. Fila tem também no famoso croissant alí ao lado, na 18 com a Guerrero. Confesso que nunca consegui comer nenhum dos dois, pois sempre me faltou paciência, mas já ouvi maravilhas.

A Valência Street é a minha favorita, com suas lojas, brechós e galerias alternativas, onde você até encontra quadros dos amigos.  No Mission fazem abaixo assinado pra não chegar a GAP, adoro! A 16th e a 24th também são incríveis. Pra comer bem basta querer. Além de centenas de taquerias (uma a cada esquina), tem excelentes restaurantes: paquistanês, espanhol, grego, francês, boliviano, cubano, japonês, pizza, vegan, veggie, etc. De caro a barato. E à noite (antes das 2, claro!)  bares, movimento, gente na rua, amo! 

A rua principal, a Mission Street possui milhares de lojas onde frutas e legumes são mais baratos, camarão custa o preço de carne moída no Brasil (e é fresco), açougues lembram os de Pinheiros, e quinquilharias com cara de 25 de março vivem entulhadas em espremidas prateleiras. Tem também uma lojinha muito cara que vende pão de queijo Forno de Minas, requeijão, bis e guaraná. Pra completar, nas pequenas ruelas paralelas há murais lindos, pintados nas paredes das casas, nas gastas cercas de madeira, nas portas e janelas. 

Essa coisa de escolher 5 pontos prediletos achei uma idéia, minha mesmo, muito boba. Ainda não sei se decidi certo, e passei quase uma hora torturando a minha cabecinha. 

Paxton Gate - lojinha de coisas estranhas e plantas lindas. Fósseis, caveiras, desenhos e livros, uma ótima seleção de coisas que dá vontade de ter em casa.


Vintage store - dois andares de móveis lindos, vintage, usados e reformados (ou não). Coisas incríveis, tudo caríssimo mas delicioso de olhar. 


Radio Habana Social Club - Difícil estar aberto, abre quando quer, pro que quer. Mini bar cubano, comida boa, muita legal, cheio de tralha, muito de verdade.


Ritual Coffee Roasters - Um café que realmente serve um bom café. Aqui nos EUA é quase impossível. No fundo do bar sacos e sacos de grãos cheirosos, que você pode aproveitar em uma desgustação de cafés em copinhos de vidro. Um monte de gente jogada no sofá, "lap-topando", por horas e horas.


Mini salinha de cinema independente - a maioria das coisas passa em vídeo, numa telinha mini, com cadeiras desconfortáveis. Mas compartilho bem essa vontade-louca-anti-indústria de sobrevivência.

Ufa! Agora só preciso controlar esse desejo de largar tudo, sair correndo e passar a tarde por lá!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Slices of Empty Space





Sim, existem vários defeitos no meu filme. 
O tal pêlo no gate, foco, entradas de luz pelo visor, som zoado.
Nada como estar na escola, e poder estar aprendendo. 
Com defeito e tudo, vai aí um "gostinho".